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sábado, 22 de novembro de 2008

Corridas de Cães: Mais uma Crueldade

Os Greyhounds são cães maravilhosos. São esbeltos e rápidos na pista e doces e leais no lar. Greyhounds são a raça canina encontrada na pistas de corrida pelo mundo. Somente nos EUA, estima-se que cerca de mais de 30 mil deles sejam "descartados" todos os anos. Recentemente, o estado de Massachusetts baniu as corridas de cães (VITÓRIA!!!!!!!!). Neste site (clique aqui) há um vídeo que mostra os abusos sofridos pelos Greyhounds, onde inclui alguns dos abusos e fatos dos "podres" desta indústria.

No mundo existem muitos grupos de resgate de Greyhounds, que resgatam estes magníficos cães e os colocam para adoção. Infelizmente, mesmo assim, a grande maioria deles é descartada e sofre muito.

Em breve colocarei aqui alguns detalhes sobre esta raça maravilhosa que precisa muito de nossa ajuda.

Fonte: Dog Crazy Newsletter

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Não compre um Setter Irlandês - a menos que você conheça e queira a raça


O Setter Irlandês é conhecido como o mais bonito dos cães. Com sua pelagem vermelha sedosa, brilhante e cheia de vida, orelhas longas, expressão doce e porte majestoso, este cão chama a atenção por onde passa.
Juntamente com sua aparência física, a personalidade do Setter Irlandês também impressiona: é um cão amável, alegre, brincalhão e afetuoso. O padrão diz que tem um temperamento "travesso", e qualquer um que tenha o prazer de criar um filhote de Setter Irlandês pode dizer exatamente o que isso significa. Ele também é independente, inteligente e teimoso, desejoso de agradar e ainda é determinado a seguir o seu caminho se ele decidir caçar ou "roubar" algo do armário ou da gaveta. O seu instinto de caça é forte e a raça tem uma reputação de ser um companheiro de confiança no campo.
O Setter Irlandês é um cão que demora a amadurecer, tanto mental quanto fisicamente. Sua infância dura muito tempo, e retém algo do seu caráter alegre, tipicamente irlandês, para sempre. Alguns acreditam que o Setter é uma raça de difícil treinamento, mas isto não é verdade. O Setter Irlandês é um cão muito inteligente, algumas vezes mais inteligente que o seu próprio dono, então deve-se ter cuidado e paciência ao se treinar um Setter Irlandês. Uma vez que ele aprenda, a lição nunca mais será esquecida, convém, então, treinar o filhote com amor e firmeza, nunca com crueldade ou grosseria.
A raça é naturalmente limpa e exigente e será fácil aprender as boas maneiras dentro de casa, se for dada a oportunidade de passear em intervalos regulares quando é jovem. Ama estar com as pessoas e se adapta a andar de carro, de preferência em uma caixa de transporte onde ele possa deitar confortavelmente e ficar em segurança. Esta raça não é agressiva mas anunciará energicamente a chegada de quem quer que chegue em casa, e se provocado sabe-se que irá proteger seu dono de qualquer ameaça.
Um dos principais requisitos para se ter um Setter Irlandês é tempo e vontade de exercitá-lo regularmente. Esta é uma raça com um alto nível de energia, que precisa correr e brincar bastante para desenvolver-se. Este é o fator mais importante para se criar um cão saudável e feliz. Exercícios, entretanto, não significam abrir a porta e permitir que o cão saia livremente pela rua, por conta própria. Os Setters Irlandeses irão seguir o seu olfato e não é nada garantido que eles permaneçam no seu território. Algumas vezes isso nunca acontece. Ter um quintal amplo ou se comprometer a caminhar ou correr com o cão diariamente é o melhor que você pode fazer para ter um Setter Irlandês feliz.
Para ser o feliz proprietário desta maravilhosa raça, você deve avaliar, com sinceridade, se o Setter Irlandês é o cão certo para você. Vamos lá?
Você tem espaço para acomodar um cão exuberante que pode pesar cerca de 32 quilos, com uma cauda que bata em todos os enfeites da mesinha de centro, derrubando-os? Você tem paciência para treiná-lo desde o dia que você o leva para casa até que ele tenha atingido a fase adulta, aos dois ou três anos? Você se comprometerá a exercitar o cão diariamente, ou alguém da família se compromete a cumprir esta tarefa fielmente? Você tem o temperamento e o senso de humor para desfrutar de um Setter Irlandês? Você se compromete a cuidar e a ser responsável pelo cão durante toda a sua vida? Você está preparado para incluir o cão como um verdadeiro membro da família?
Se você respondeu afirmativamente (e com sinceridade) a todas estas considerações, então talvez o Setter Irlandês seja o cão certo para você.
Sempre compre de um criador idôneo
A primeira regra é sempre comprar de um criador idôneo e não de alguém que esteja vendendo filhotes na rua. Procure o Kennel Club de sua cidade e eles indicarão o criador mais próximo de você. Muitos despacham os animais para outras cidades, se na sua não houver criadores da raça. Converse com eles, tire suas dúvidas e seja feliz!

Algumas coisas para levar em consideração
Aqui algumas coisas para você levar em consideração quando você for comprar o seu filhote. O criador, que pode ser tanto uma pessoa que possua uma fêmea e tem ninhadas ocasionais (e não as "fábricas de filhotes"), ou que tenha um grande canil com várias matrizes e padreadores e tem mais ninhadas por ano, deve ter o mesmo tipo de operação. O lugar, que pode ser dentro de casa, com a família ou em um canil, deve ser limpo e os filhotes devem ser bem cuidados e contentes. Você deve ver os pais da ninhada, ou receber uma explicação convincente do por que os pais não se encontram com os filhotes (dê preferência a ver os pais da ninhada). A maioria dos criadores tem os pedigrees dos filhotes, mesmo que eles tenham nascido em outro lugar. Isto é aceitável, a menos que os filhotes tenham sido levados comercialmente para revenda. Você deve ver o pai do filhote, mas algumas vezes isso não é possível, já que alguns criadores viajam longas distâncias para achar o padreador ideal para sua matriz.
Veja o pedigree do filhote
Você deve ver uma cópia do pedigree dos filhotes, com fotos do pais, se ele for de outro canil. O criador deve provar a você que os filhotes são registrados no Kennel Club (pode ser tanto pela CBKC quando pela ACB).
Aprenda sobre problemas genéticos que acometem a raça e os testes para identificá-los
Existem alguns problemas de saúde relacionados à raça, assim como acontece com todas as raças e também com os mestiços. Entre elas está a displasia coxo-femural, a Atrofia Progressiva da Retina (PRA, em inglês) e a epilepsia. Você deve perguntar se os pais da ninhada têm os raio-X dos quadris (para ver se possuem ou não a displasia) e que estão livres desta doença e se ou o pai ou a mãe tenham epilepsia ou se eles tiveram filhotes que desenvolveram esse mal.

Existe um teste disponível para determinar se o cão tem Atrofia Progressiva da Retina (PRA), uma doença que leva à cegueira do cão. Os compradores devem perguntar se os pais tem o teste de DNA para PRA e quais foram os resultados do teste. Os criadores geralmente checam os olhos dos seus cães e os registram como "Fundação de Registro do Olho Canino (CERF, em inglês). Mas isto não significa que o cão esteja livre de problemas na vista.
Além disso, o Registro Genético do Setter Irlandês contém uma lista de todos os cães testados geneticamente e aptos a acasalar. Mas não tem 100% de garantia contra a Atrofia Progressiva da Retina ou qualquer outro problema genético conhecido. Os criadores apenas podem diminuir as chances de que algum mal, ou todos eles, ocorram, através de um cuidadoso acasalamento.
Você é designado, como um comprador em potencial, para uma avaliação da ninhada. Os criadores produzem filhotes com a intenção de melhorar a raça. Eles podem estar criando para que certas características sejam alcançadas. Alguns podem estar procurando pelo cão ideal para exposições, outros para ter o melhor cão caçador, com melhor potencial no campo, enquanto outros ainda podem estar buscando combinar todos os atributos de um cão de exposição, campo e obediência. Outros podem estar interessados em produzir os melhores animais de estimação com temperamento estável e aparência adequada. Qualquer que seja o objetivo do criador, ele deve dizê-las para você.
Uma palavra para quem tem bom senso
Aqui estão algumas advertências: Não aceite a palavra de um criador que lhe garanta um campeão quando a ninhada tem apenas oito semanas de idade. Embora os filhotes pareçam maravilhosos nesta idade, isto não garante que ele venha a ser um excelente cão de exposição, de campo ou de obediência. Não seja pressionado a comprar um filhote se você tem dúvidas sobre a condição da ninhada, da mãe ou do criador. Olhe em volta. Se você desconfia de algo, você pode esperar por um filhote. Não leve o primeiro filhote que você viu a menos que todas as condições sejam boas.
Quase todas as ninhadas têm cães de qualidades diferentes. Dependendo da linhagem, alguns podem se tornar cães de exposição, enquanto outros podem ter faltas secundárias, o que não os impede de serem excelentes animais de estimação. Um filhote de uma dessas ninhadas é muito bom porque você tem a certeza que o criador fez o melhor para produzir cães com uma excelentes aparência, temperamento e saúde.
Selecione bem o filhote
Se você está num lugar onde existam canis da raça, ou que tenha um clube da raça, vá a uma exposição ou a um canil e veja os filhotes. Conheça os criadores e expositores e veja qual está disponível onde você mora. Não tenha pressa. Lembre-se que o filhote fará parte da sua família por bastante tempo, então você deve fazer a melhor escolha possível.
Um bom criador lhe faz perguntas
Não fique surpreso se o criador lhe fizer muitas perguntas sobre como você lida com filhotes. Para ser sincero, fique feliz que o criador se preocupe sobre onde o seu filhote irá viver. Criadores responsáveis gastaram muito tempo, energia, emoção e dinheiro com a ninhada. Eles querem ter certeza que os filhotes irão para lares apropriados, onde eles serão felizes e cuidados por toda a sua vida.

Criadores que vendem filhotes para estimação, os quais ele não considera com qualidade para criação, pode pedir que o comprador castre o filhote. Ou ele pode vender o filhote com limitações escritas no pedigree, o que impede que qualquer futura cria daquele cãozinho tenha pedigree. A maioria das pessoas que compram um animal de estimação ficam felizes com isto e não se importam se o filhote tem características de campeão ou não, contanto que sejam bons animais de estimação.

Escolhendo um Veterinário

Como você escolhe um veterinário? O que buscar em um profissional desta área ou quais perguntas fazer-lhe? Estes são alguns dos fatores a considerar quando estiver escolhendo o veterinário para seu cão.

Você pode encontrar um procurando nas páginas amarelas, na internet ou por propaganda boca-a-boca. O método mais eficaz é perguntar aos amigos e/ou vizinhos quais veterinários eles vão e para recomendações.

No meu caso, perguntar não surtiu efeito. A maioria das pessoas que conheço levam os cães em um veterinário aqui pertinho, mas que sequer tocou na Suzie quando a levamos para ser examinada. Olhou de canto de olho, não fez nada!

O que funcionou para mim foi visitar uma clínica, perto de casa também, e conversar bastante com o veterinário. Hoje posso dizer que ele é o anjo da Suzie, está sempre presente e disposto a me ajudar com qualquer probleminha simples, que eu, sempre preocupada, acho que é um bicho de sete cabeças.

Perigo dos Gravetos e Ossos

Alguns donos conseguem muito bem dizer “Não” aos seus cães. Outros não. Cães que sabem o significado desta palavra irão parar (pelo menos é o esperado) de fazer qualquer coisa que estiverem fazendo, tais como fugir ou começar a roer algo, como um graveto.

Ossos são muito ruins e causam o maior número de visitas de emergência ao veterinário por ficar enroscado na boca do cão ou entre seus dentes.

Esta é a segunda causa mais comum – um graveto – enroscado no céu da boca do cão. Consegue vê-lo nas fotos? (Está enroscado de atravessado no céu da boca do cão).














Aqui outra foto com as setas apontando o graveto.

















Este é apenas mais um exemplo de uma emergência não planejada e cara. Este cão, levado à emergência, chorava e cutucava a boca com as patas. Ele estava tão “doido” que o dono não conseguia examinar a boca do cão em casa, levando-o ao veterinário. O cão precisou ser sedado para que sua boca pudesse ser examinada e para o veterinário achar o problema (o graveto).

O graveto foi removido com sucesso e o cão ficou bem, mesmo o graveto tendo lacerado suas gengivas.

Para aquelas pessoas, foi um dia inesperado e caro. A taxa de emergência, sedação, remoção do graveto e antibióticos teve um custo total de pouco mais de 400 reais. Para alguns donos, é um preço caro. E esta é considerada uma emergência barata, em comparação com várias outras.

Por isso, pensem bem antes de fazer seu cão brincar de buscar um inofensivo graveto no parque e de dar um osso natural para eles roerem. Prefira bolinhas, frisbees e outros brinquedos próprios para cães e ossos de couro comestível. Seu cão e seu bolso agradecem.

Fonte: Dog Crazy Newsletter.

Resumo do livro "So Your Dog's Not Lassie" Cap. 1: Parte III

Níveis de Energia
Baixo Nível de Energia
Cães com baixo nível de energia geralmente são difíceis de motivar. São maravilhosos para o convívio diário porque são calmos, geralmente esperam que o dono proporcione a ação. Quando o tempo está gostoso eles preferem se deitar ao invés de fazer alguma coisa. Excitá-los para executar algo requer esforço Hercúleo.

Os cães de baixa energia normalmente:
* são fáceis de lidar
* vivem na paz
* preferem que o dono instigue a farra e as brincadeiras.

Estes cães são um desafio. O dono deve estar sempre super animado e geralmente seus esforços serão recompensados com apenas um leve abano de cauda. Se você se deixar afetar por isso e perder o entusiasmo, o cão certamente desistirá de fazer qualquer coisa.

Alto Nível de Energia
Se você tem um cão com alto nível de energia, sabe como é ver um animal correr tão rápido pela sala e pensar que um dia ele não mais respeitará a lei da gravidade e começará a correr nas paredes. Estes cães parecem máquinas que nunca param. Se você conseguir acalmá-los e deixá-los focados no trabalho, se tornarão companheiros maravilhosos e ótimos cães.

O cão de alta energia:
* raramente dorme, ou pelo menos parece
* se excita com qualquer estímulo
* está sempre pronto para a ação e a iniciará se as coisas ficarem calmas demais.

CUIDADO! Evite correções e elogios em voz alta e com excitação. Elas aumentam o estresse e níveis de excitamento do cão de alta energia e criam uma atividade ainda mais frenética. Mantenha os movimentos lentos e a voz baixa. Elogie baixinho. A comida geralmente ajuda a manter o foco.

Instinto de Caça
Todos os cães, sendo carnívoros e animais de matilha, têm instinto de caça. Este instinto é maior em determinadas raças. Na raças de caça, por exemplo, esta característica pode ser maior que todas as outras.

Cães com forte instinto de caça:
* cheiram muito o chão ou o ar
* se excitam com objetos em movimento
* chacoalham e “matam” objetos
* perseguem aves, gatos etc
* mordem seus pés quando você se move.

Claro que o adestramento pode ser difícil quando um cão persegue qualquer coisa que se mova e trabalhe com seu nariz grudado no chão. Para ele é muito difícil se focar em você. Por outro lado, a maioria destes cães facilmente buscam e adoram exercícios de movimento e brincadeiras. Com um pouco de trabalho ele podem facilmente se focar no alvo desejado.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Qual seria o resultado se...?

Oi gente!

Há um tempo recebi um e-mail de uma lista norte-americana sobre Whippets e Galgos em geral. Uma das criadoras fez algumas montagens de seus belos Whippets com alguns animais selvagens, para ver qual seria o resultado se um Whippet tivesse filhotes com eles. Vamos ver no que deu?

Whippet com falcão. Hummm... Eles iam gostam de poder voar, não é mesmo?

Duas versões de Whippet com Elefante. Acho que seriam pesados demais.

Whippet com Zebra. Não ficou divertidíssimo?

Por último, mas não menos importante, Whippet com Girafa. Ficou ou não um arraso? Sabe que uma criança na rua já me parou para perguntar se eu estava passeando com um filhotinho de girafa? risos.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

"So Your Dog's Not Lassie" - Cap. 1: Parte II

Vamos para mais uma parte do resumão do livro? Meus comentários seguem em itálico, ok?


Boa leitura e até a próxima atualização!

Características comportamentais: ame-as ou odeie-as
Ainda bem que nem todos os cães são a Lassie! Se você está lendo este artigo, é porque provavelmente gosta de cães que pensem por si sós. Mas, enquanto nós admiramos nossos cães espertos, também gostaríamos de levá-los junto conosco a diversos lugares, apresentá-los a nossos amigos e, quem sabe, exibi-los, seja em exposições ou competições (obediência, agility etc). Todos estes objetivos podem, sim, ser alcançados!

Independência, dominância, inteligência, determinação, níveis de energia altos/baixos, instinto de caça e sensibilidade ao toque podem interferir no adestramento. Todos os cães apresentam algum nível destas características. O cão “difícil” pode ter uma ou mais delas. A intensidade das características determinam quão difícil o cão será. Conforme lê, preste atenção em quais características você reconhece em seu cão.

Independência
Provavelmente é a característica mais comum nos cães “difíceis”. Eles podem tanto ficar conosco como nos deixar, na maior! Mas isto não quer dizer que eles não nos amem, só mostra que eles têm vida própria.

Um dos fatores que tornam um cão independente é o instinto de matilha. Um cão com alto instinto de matilha interage com ela e cumprem seu papel individual designado pelo líder ou outros membros da mesma. Como os cães dos grupos de trabalho, esportivo e pastores tendem a ter um alto instinto de matilha, eles respondem bem aos nossos comandos. Por outro lado, um cão com baixo instinto de matilha não tem uma necessidade grande de ser parte da mesma ou de agradar seus donos.

Um cão desses reluta em vir prontamente quando chamado ou nos seguir no comando “Junto”.

Mas a independência tem as suas vantagens, com certeza! Esses cães podem ser deixados sozinhos. Se sentem confortáveis nos exercícios de “Fica”. Não entram em pânico em situações estranhas.

Os cães independentes podem:
- ser indiferentes a pessoas ou outros animais;
- não gostar de ser acariciado;
- reclamar enquanto cuidamos de sua pelagem;
- gostar de ficar sozinho;
- virar a cara quando damos uma bronca básica nele.

O cão independente não pode ser tratado brutalmente. Sabendo isso agora, você poupará frustração. Ele deve ver que qualquer esforço que ele faça será recompensado.

Donos que têm sucesso com seus cães independentes dispensam o ditado “o dono é o mestre e o cão o servo”. Ao invés disso, sabem que o respeito deve ser mútuo.

DICA!! O dono deve criar um cenário do tipo “todos ganham” com o cão independente. Ao começar o adestramento, o cão deve acreditar que será muito divertido e que ganhará alguma coisa. Convença-o que o adestramento é um jogo e que ele será muito bobo se não quiser brincar. Aqui eu faço isso com a Suzie, faço os comandos como se estivéssemos brincando mesmo. Apesar de ela não se enquadrar exatamente na categoria dos cães independentes, ela sabe que ganhará recompensas, que o adestramento é um jogo (tanto que não uso guia nem coleira quando estou em locais seguros e estou “brincando” com ela) e ela se diverte pra caramba. Chega a dormir horas seguidas depois. Nossa relação também é baseada no respeito, e não na servidão.

Corrigindo o cão independente
Há séculos usam-se elogios para motivar os cães. Mais recentemente, o reforço positivo tem se tornado cada vez mais popular e usam-se também petiscos, brinquedos e outras recompensas que o cão gostar.

Mas, tudo tem um lado “negro”: elogios e outros motivadores positivos têm sido usados em conjunto com corretivos físicos ou métodos brutos de adestramento. As pessoas dão trancos nos pescoços dos cães, algumas até enforcando-os. Alguns adestradores apertam as orelhas do cão ou gritam muito com ele se ele não responder. Enquanto estas estratégias podem funcionar com alguns, não funcionam com todos os animais. Os animais que não respondem a estes métodos brutos são taxados de “não adestráveis”. Os adestradores não percebem que é o método, não o animal, que interfere no adestramento.
Sou prova viva disso, gente... já conversei com dois adestradores, e ambos falaram que os Whippets não são adestráveis, são burros demais pra aprender e não trabalhariam com a Suzie. Eu perguntei o motivo e nenhum soube me responder. Perguntei se eu poderia ver uma aula deles, nenhum quis deixar. De um eu vi escondida... risos. Ele realmente usa estes métodos brutos de adestramento, e fiquei muito feliz dele não querer pegar a Suzie. Com certeza ela não seria essa cachorrinha confiante em humanos que é hoje se tivesse ido parar nas garras do lobo mau. Por isso decidi fazer tudo sozinha, autodidata mesmo. Hoje, esse adestrador fica bobo de ver como a Suzie é comportada, e eu nunca precisei bater ou gritar com ela pra ensinar ou corrigir alguma coisa.

Não são apenas as raças “difíceis” que não respondem à força. Correção junto com recompensas falham com cães tímidos, sensíveis ou dominantes de qualquer raça, mesmo das mais tradicionais em adestramento. Um pastor tímido congela quando lhe é dado um comando.

O uso de métodos físicos leva muitos cães independentes a virar “resistentes passivos”. Ou seja, o cão se senta e não faz absolutamente nada. Por exemplo, se seu cão anda bem devagar quando vocês estão trabalhando o “Junto” (na guia), a correção usual é dar trancos repetidos na guia, seguidos por elogios. Em muitos casos funciona e o cão faz um bom trabalho. Mas tire a guia e tudo muda de figura! Sem ela, o cão fica cada vez mais atrás de você (isso se ele não ficar sentado lá no começo e nem se mover). O cão não aprendeu a andar junto. Ao invés disso, ele aprendeu que deve ficar com você ENQUANTO usa a guia.

CUIDADO!! Correções físicas (bater e gritar com o cão) podem levar à resistência passiva, uma resposta muito difícil de contornar depois.

Dominância
Enquanto um cão independente ignora seus comandos, um dominante pode rosnar para você. “Ousa me desafiar? Então, vou mostrar pra você...”. A dominância é extremamente comum em raças de luta e guarda, além de nos cães de caça criados para caçar sós. Muitas das características que tornaram estes cães bem sucedidos (sobreviveram) não o tornam fáceis de adestrar. Em uma briga por sobrevivência, não há espaço para um cão que recue. Este tipo de cão é um líder natural. Se o dono não se estabelecer claramente como líder desde o começo, o cão irá pegar este papel para ele. E onde o dono fica nessa história? Abaixo do cão na hierarquia. Estes cães tendem a não ouvir seres “inferiores”, que agora incluem seus donos.

A dominância, porém, se transforma em comportamentos positivos. Líderes naturais geralmente se mantém calmos, ficam tranqüilos quando deixados sozinhos e não têm medo de situações novas. Lidam com as correções sem se estressar, mas requerem pulso firme (sem ser necessária força física).

DICA!! Primeiro se estabeleça como líder da matilha antes de começar o adestramento.

Os cães dominantes geralmente mostram comportamentos defensivos, tais como:
- proteger comida, território, brinquedos etc;
- rosnar e avançar quando não deixamos que façam suas vontades;
- desejo de brigar;
- se mantém firmes em situações novas ou assustadoras.

Apesar da possível ameaça que pode ser, um cão dominante pode ser muito bem adestrado, se o dono se estabelecer como líder.

Tudo depende de você. Você pode mostrar que é o líder fazendo o cão se sentar ou deitar antes de dar-lhe qualquer coisa que ele queira: comida, carinho, brinquedos, passeios.
Eu faço a Suzie fazer um monte de coisas antes de comer, antes de receber carinho quando chego em casa, antes de passear. Mas faço isso numa boa, sem gritar e nem nada, só pra ela se sentir útil, trabalhando pra conseguir o que precisa e/ou deseja. E vocês precisam ver o brilho nos olhinhos de jabuticaba dela ao fazer o que eu peço (e também a alegria da Letícia, ela fica toda eufórica, gargalhando e chamando a Suzie – até ela já fala pra Suzie sentar, deitar, dar a patinha... risos).

CUIDADO!! Evite confrontar o seu cão dominante usando força física. Eles podem reagir e lhe machucar seriamente, ao invés de se submeter.

Inteligência
Por que um cão inteligente é difícil de treinar? Fácil. Muitos dos caçadores e lutadores dependiam da sua capacidade cerebral para sobreviver. O cão precisava analisar e aprender com cada oponente e de cada experiência. A inteligência combinada com a independência e/ou a dominância capacita o cão a “ler” nosso humor, saber até quando podem nos pressionar e a nos agradar. Quando você tem um cão com estas três características, você tem também um cão que cria suas próprias variações do comportamento desejado.

As raças “fáceis” não tomam grandes decisões: os donos o fazem. As raças “difíceis” podem ser muito inteligentes. Inteligentes demais para nós.

DICA!! O cão inteligente precisa de estímulos. Como a rotina pode se tornar entediante, você deve incluir variações no adestramento. Faça jogos que encorajem o cão a pensar: esconda brinquedos, seguir trilhas de odor. Use sua imaginação! Aqui eu uso muito a imaginação. Eu me escondo e ela tem que me procurar; escondo petiscos e brinquedos pela casa; coloco petiscos em locais de difícil acesso pra ela usar a cabecinha e achar um jeito de pegá-los (sempre acha), além das brincadeiras de adestramento, claro. Isso quando tenho tempo, não é sempre, infelizmente. Mas também a estimulo nos passeios diários, deixando-a cheirar, interagir com outros cães.

Existe um Einstein canino em sua casa? Sinais de inteligência:
- habilidade para achar uma saída através de uma barreira (como uma cerca);
- encontra mil e uma maneiras de se meter em confusão;
- responde aos nossos comandos baseado na avaliação do nosso humor (com certeza – eu nem penso em fazer nada com a Suzie quando estou cansada, irritada... sei que ela não fará de jeito nenhum!);
- habilidade de compreender muito rápido as palavras;
- uma curiosidade que o faz explorar, escapar e observar suas ações bem de perto se ele as achar interessantes (aqui a Suzie acha super interessante eu cuidar da Letícia: dar banho, trocar fralda, levar na privadinha, dar de comer; além de achar interessante eu digitar, lavar louça, fazer comida... ta sempre me observando. Brinco que é “A Sombra”).

Determinação
Determinado é o cão que, quando focado em alguma coisa, é difícil de distrair. Este cão pode não ouvir os comandos porque está prestando atenção naquele Poodle do outro lado da rua. Nossa, parece a descrição da Suzie... risos. Nunca vi ela ficar surda do jeito que fica quando foca em alguma coisa. O de vocês é assim também?

DICA!! A repetição paciente de comandos, sem muita variação, geralmente é bem sucedida. Aja como se você estivesse se divertindo e brinque com o cão durante as aulinhas de adestramento.

Quando um cão determinado está roendo o sofá, você pode até conseguir distraí-lo temporariamente com um brinquedo ou petisco, mas, logo depois, ele volta pro sofá para terminar o serviço de tapeceiro!

O cão determinado:
- volta àquela velha idéia, mesmo quando você achava que tinha distraído-o com sucesso;
- ignora correção física – no meu caso, é quando estou andando e puxando (sem dar trancos, nem enforcando, só pra lembrá-la que ela está passeando, e não caçando) ela pra continuar, mas ela anda com a cabeça voltada pro “gatinho, mamãe, quero pegar o gatinho!!!!”. Depois, ela suspira e como que diz “ta bom, o gatinho foi embora mesmo. Onde paramos?”.
- mostra comportamento obsessivo (buscar a bolinha 75 vezes, etc);
- arruma sempre um jeitinho de fazer alguma coisa, mesmo que demore três semanas.

O lado positivo: uma vez que você tenha ensinado algo a ele, geralmente ele executa o comando nas mais diversas condições. Não se abalam com acidentes ou erros no adestramento depois que aprenderam um comportamento.

CUIDADO!! Evite correções duras. O cão pode estar focado em outra coisa e não ter percebido que você deu um comando. A correção parecerá injustificada ou injusta, o que levará o cão a não mais confiar em você, prejudicando tanto o adestramento quanto os laços que lhe unem a ele.

sábado, 1 de novembro de 2008

Resumo do livro "So Your Dog's Not Lassie": Cap. 1 - parte I

Oi pessoal!

Vou começar mais um resumão de um livro que considero excelente, principalmente para quem tem aqueles cães considerados difíceis de treinar. Espero que gostem de mais estes textos e que sejam úteis a todos, como tem sido pra mim.

Por que meu cão é tão difícil de treinar?

A carinha de urso de um filhote de Chow-Chow faz qualquer um derreter. Quem resiste voltar para casa sem ele?

“Encontrei um adorável Beagle!”, alguém canta. “Ele é tão fofinho, tão curioso. Não tem muito cheiro, tem o tamanho ideal e tenho um quintal legal em casa...”. Então, para na pet shop e leva o filhote pra casa.

Algumas pessoas não gostam de cães focinhudos. Adoram Bulldogues e acham que é a raça mais confiável com crianças. Ana tem um bebê e um filho de quatro anos e quer uma raça calma e forte, mas afetuosa. É o motivo exato para ir até o criador.

Alguns meses depois, estas pessoas estão matriculadas em aulas de obediência canina, aterrorizadas. Ficam pálidas quando todos os Poodles e Labradores do grupo sentam imediatamente sob comando. Olham em volta, nervosos, ameaçando e implorando aos cães para obedecer antes que alguém perceba. Quando o curso acaba, o instrutor sorri ligeiramente enquanto entrega os diplomas.

Estas pessoas são piores em ensinar os cães que os outros donos? Pode ser. Mas, os donos devem reconhecer que algumas raças são mais difíceis. As características que atraem estes donos para este tipo de cão, geralmente são as mesmas características que interferem no adestramento. A carinha de urso do Chow-Chow esconde uma personalidade distante, indiferente. A curiosidade insaciável e a inteligência do Beagle o fazem surdo aos comandos do dono. E tentar fazer com que o preguiçoso Bulldogue se levante faz com que os donos arranquem os cabelos. Na verdade, a maioria dos cães dos grupos não-esportivo, terriers e hounds (nos quais todos os cães descritos acima fazem parte) são conhecidos por sua relutância em reconhecer a autoridade. Na maioria das vezes, esta relutância é interpretada como estupidez.

Stanley Coren, em seu livro A Inteligência dos Cães relaciona as raças de cães em 79 posições no que ele chama de “inteligência de trabalho e obediência”. A maioria dos cães que pertencem aos grupos não-esportivo, terrier e dos hounds estão no fim da lista. O Chow-Chow está na 76ª posição; o Beagle em 72ª e o Bulldogue na 77ª. O Border Collie está em primeiro lugar, enquanto o Afghan Hound está em último. Não é a falta de inteligência que torna o cão difícil de treinar.

Enquanto Coren relaciona a palavra “inteligência” com facilidade de adestramento, várias passagens de seu livro deixam claro que ele não acredita que a facilidade de aprendizado tenha a ver com a “potência cerebral”.

Adestramento é um termo muito mais complexo, pois depende do equilíbrio das características de cada cão como indivíduo. Um cão difícil de treinar pode ser muito inteligente. Também pode ter mais características de personalidade que geralmente associamos aos humanos: determinação, independência e nível de energia (baixo ou alto).

Cães trabalham para os humanos
Somente neste século os cães de estimação ultrapassaram em número os cães de trabalho. Por séculos os cães tornaram nossas vidas mais fáceis, seja caçando, guardando, pastoreando e lutando. Seu propósito primário era nos ajudar a sobreviver, geralmente se sacrificando ao fazê-lo. Alguns destes cães de trabalho foram criados especificamente para interagir perto do dono, esperando por suas ordens antes de fazer qualquer coisa. O Border Collie aprende vários comandos que lhe dizem para ir para a esquerda, direita, circular etc. Os Pastores acompanham a polícia há tempos. Ao encontrar um criminoso, o cão trabalha sob comando do policial, esperando suas ordens para atacar, perseguir e largar.

Por outro lado, as raças dos grupos não-esportivo, terrier e hounds faziam o trabalho sozinhas. Eram simplesmente soltos para fazer o que sabiam – sem direção alguma. Os terriers, criados para caçar roedores, eram soltos para pegar os ratos e matá-los. Uma raça criada para brigas não poderia ficar no ringue esperando ordens de seus donos. O Beagle e outros hounds se separam de seus donos quando em perseguição à presa. Nas florestas densas e escuras, confiavam apenas neles mesmos. Do jeito que estes cães eram empregados, os criadores escolhiam aqueles que tinham melhor poder de decisão para procriar, tornando as próximas gerações mais competitivas, caçadoras e lutadoras.

Agora, estes mesmos cães vivem em nossas casas. Enquanto eles sonham com atos heróicos, nós queremos que eles venham e busquem coisas para nós. Podemos pensar “Por que você não é igual a um cão pastor?”. As raças independentes tendem a não ingressar nas regras da casa nem na liderança da matilha. No topo da hierarquia está o líder, aquele que tem o que quer quando quer. Os cães geralmente reconhecem seus donos como os líderes. Mas os instintos das raças independentes dizem que eles não precisam reconhecê-lo necessariamente. Então, quando você dá um comando a eles, não raro eles não o obedecem.

Os pastores ou retrievers, por outro lado, simplesmente AMAM agradar seus donos.

Muitos livros sempre escrevem que “os cães adoram agradar os donos”. Mas a verdade é que nem todos os cães são assim.

O problema não é fazer com que o cão independente entenda seus comandos, mas fazê-lo se importar com eles. Para torná-lo motivado, ele deve ganhar alguma coisa. Muitos cães ditos difíceis entendem o que você quer, mas não o fazem porque simplesmente não é o que eles querem. O dono, então, deve reajustar não apenas sua atitude, mas também sua abordagem, seu método, com cães deste tipo. Aqui, mostraremos como você pode convencer seu cão que, ao trabalharem juntos, ambos se beneficiarão.